Abel Júpiter, natural de Baucau - Timor Lorosae, viveu toda a sua infância em Timor durante a ocupação indonésia. O seu gosto pela pintura manifestou-se desde pequeno. Em Timor dada a situação vivida nunca teve oportunidade de pintar seriamente, mas também nunca deixou de se interessar pela pintura, procurando sempre aprender, pintando de tela para tela sempre que possível. Tem representado Timor Lorosae em várias exposições nacionais e internacionais.

Na opinião do Professor Doutor David Antunes, Pró-Presidente Artes do Instituto Politécnico de Lisboa, «A pintura de Abel Júpiter revela simultaneamente a profunda ligação emocional e identitária do pintor ao seu país de origem e uma decisão de descoberta, exploração e rigor técnicos, na utilização das ferramentas e materiais implicados nos seus trabalhos. Este aspeto, que, para mim, é o mais impressivo, salvaguarda a pintura de Abel Júpiter do mimetismo exótico de uma memória insular, na distância de um presente disfórico, e transforma o conteúdo dos seus quadros, cujas referências parecem óbvias, num conteúdo pictórico. Isto quer dizer que, por exemplo, a série de quadros com o título ‘O meu Timor’ refere-se menos a uma realidade fora da pintura, do que ao Timor que Abel Júpiter cria pela sua pintura, de onde emerge uma qualidade onírica e, por vezes, transcendente. Ou que, de um outro modo, quando Abel Júpiter pinta Lisboa é ainda Timor que é pintado.»

Produção: CENDREV, ESTC-IPL, Biblioteca Pública de Évora.

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