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No próximo dia 13 de fevereiro, às 21h, a Fundação Champalimaud em Lisboa será palco do evento "TheatAr: A Neurociência das Conexões Humanas e do Sentido do Eu no Teatro". Esta iniciativa, promovida pelo grupo Ar - Champalimaud Research, propõe uma reflexão profunda sobre a forma como o teatro influencia as nossas emoções e identidade.

Quando pensamos na experiência teatral, imaginamo-nos frequentemente sentados numa sala escura, observando atores em cena. Contudo, esta perspetiva não captura totalmente o impacto que uma performance teatral pode ter em nós. Podemos sentir-nos entretidos, aprender algo novo ou até ser transportados para outra realidade, partilhando emoções e compreendendo as intenções transmitidas pelos atores. Mas o que confere a uma performance a capacidade de nos comover?

A resposta pode residir na notável semelhança entre a forma como o nosso cérebro e corpo representam a nós próprios e aos outros. Sabemos, por exemplo, que existem neurónios no nosso cérebro, denominados "neurónios-espelho", que são ativados tanto quando executamos uma ação como quando observamos outros a realizá-la. Poderá existir um sistema neural semelhante para a partilha de emoções? Além disso, durante as interações, os nossos ritmos biológicos — desde a frequência cardíaca até à forma como nos movemos — podem sincronizar-se. Quando a nossa biologia responde de maneira tão semelhante a nós próprios e aos outros, o que acontece às emoções e identidade de um ator durante uma performance? E o que isso nos revela sobre as nossas interações quotidianas?

O evento contará com a participação do Professor Christian Keysers, do Instituto Holandês de Neurociência, que abordará as bases neurais da empatia. Em seguida, Dwaynica Greaves, da University College London, partilhará as suas descobertas sobre o sentido do eu nos atores e a sincronia interpessoal. A noite culminará com uma performance de Teatro Playback pelo grupo InVerso, onde atores e público colocarão em prática os mecanismos neurais destacados pelos oradores. Por fim, haverá uma conversa entre investigadores e artistas para integrar as diferentes perspetivas e compreender a experiência como um todo.

A entrada é gratuita, mas a inscrição é obrigatória no site oficial do evento >